Um dos grandes desafios quando falamos em produtos importados é a tratativa da organização dos prazos de entrega versus demanda, ponto que intensifica quando está em pauta produtos que dependem de variações climáticas para que sejam escoados no mercado interno.
Alguns pontos para a organização e confirmação de pedidos devem ser levados em consideração: demandas de clientes, clima favorável para aplicação dos produtos, variação cambial e prazos de pagamento.
Além dessas variáveis comerciais mencionadas, é necessário levar em conta o fator tempo, para que finalmente recebam os produtos importados e finalizem as vendas.
Mas como encaixar exatamente o tempo de atendimento ao cliente sem manter o estoque cheio até que a demanda apareça? Esse é o grande desafio!
Isso porque, após a confirmação do pedido, o produto pode ou não estar disponível para ser despachado, caso contrário precisa ser fabricado. Logo após, é necessário organizar toda a logística internacional para ser coletado, efetuar despacho aduaneiro no país de origem e embarcado. Contado o prazo de transporte internacional, devemos considerar o prazo de liberação aduaneira no país de destino para que finalmente a carga seja liberada e entregue. Um trecho importante nessa cadeia logística, que pode impactar nos prazos de entrega estimados, é o tempo para liberação aduaneira.
De fato existe o tempo médio que pode ser considerado para estruturar toda essa linha do tempo e a empresa ter um equilíbrio entre quando efetivar o pedido e quando obter o produto em sua fábrica, no entanto existem situações pontuais que podem jogar esse prazo muito além do esperado, tais como uma interrupção no despacho aduaneiro por órgãos anuentes para fiscalização mais direcionada, greve de fiscais em que o produto demanda fiscalização ou até mesmo omissão de navios no porto de desembarque na data prevista de chegada, que pode ser decorrente de alguma situação específica e acaba protelando os prazos comuns esperados para o processo logístico finalizar.
Mas se para receber o produto depende de tantas variáveis, como devemos nos programar?
A orientação é que se concentre um esforço em manter um nível maior de estoque com produtos principais de venda da empresa e que se mantenha um cálculo mediano para estocar os demais produtos com vendas variáveis. Assim sendo, se houver uma situação específica em relação a prazo de liberação aduaneira, a empresa não sofre grandes impactos comerciais por não efetivar a venda do produto, causando prejuízos decorrentes da perda de faturamento.
Dependendo do volume de produtos que o importador movimenta anualmente, uma opção a ser avaliada é a modalidade que a Aduana Brasileira oferece chamada entreposto aduaneiro, onde o importador contrata o espaço em um armazém que seja recinto alfandegado, totalmente legalizado pela Receita Federal do Brasil, onde esses produtos importados são armazenados quando chegam no país, sem a necessidade da empresa nacionaliza-los no momento em que chegam no Brasil, e já dispor de todo o dinheiro dos impostos e demais custos.
Qual a vantagem dessa modalidade de despacho?
Assim que a empresa efetivar a venda dos produtos, eles estarão a poucos quilômetros de distância da empresa, não sendo necessário contar todo o tempo de trânsito entre os países; a empresa só dispõe do valor dos impostos e demais encargos pertinentes ao processo de nacionalização quando de fato já tiver certeza de escoar a venda dos produtos, além do que a empresa não utiliza espaço do seu próprio armazém durante esse período. Esses são alguns motivos pelos quais vale a pena o estudo da viabilidade de custos, avaliando qual o risco que vale mais, efetuar o pedido dos produtos e contar que sejam entregues do exterior até a empresa conforme prazos estimados, ou pagar pela estocagem durante o tempo que for necessário – observados os limites de prazos impostos pela Receita Federal do Brasil – até que a empresa efetive a venda do produto para que ele seja nacionalizado, obtendo uma segurança maior de ter o produto bem próximo a empresa, com prazo encurtado sem ocupar espaço em meu armazém?
Essa é uma das opções oferecidas pela aduana e pouco conhecida, que pode ser explorada e avaliada pelas empresas importadoras, podendo ser um grande aliado nas estruturações de demandas e viabilidade de custos das empresas.
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Ingrid Malacrida